Acreditem. Eu sorri. Não consigo exprimir a felicidade e saudade que já sinto daqueles dois mágicos dias, foi simplesmente... fenomenal. Por isso, vou-me limitar a relatar os ditos cujos.
Dia 25-
RAMPInfelizmente, devido ao nosso engano em relação ás paragens dos comboios, (eu e Luís) chegámos atrasados e perdemos este concerto. Com muita pena, pois a minha curiosidade quanto a estes senhores era muita.
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MoonspellVer RAMP.
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SoulflyConfesso que não foi das bandas que mais interesse me despertou, daí o facto de termos aproveitado para escapar daquele sol abrasador e visitarmos as barracas do recinto. Ainda assim, deu para ouvir bem as guitarradas.
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Within TemptationO mesmo que Soulfly, no entanto meti-me no meio da multidão para arranjar um bom lugar para Korn. Sinceramente, não achei nada de especial, e o facto de estar rodeado por pitas com atitudes "suícidas e teatrais" que imitavas aquelas danças meio ciganas da vocalista e berrava (sublinho, berrava!) as letras em modo "Distortion: ON Gain: MAX", não ajudou. Mas tudo bem... Até foi giro vê-las a abanar as suas "madalenas"...
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KornDesiludiu-me num aspecto, mas deslumbrou-me noutro, que acabou por compensar e bem. A parte negativa, foi a decisão dos Korn darem demasiada importância ás músicas do novo álbum para o promover, e terem "despachado" os clássicos num "medley", ou seja, tocaram cerca de 45 segundos de cada um, e deixaram de parte a "Another Brick In The Wall (Part I, II & III)" que confesso que ansiava bastante por a ouvir ao vivo.
A parte que me agradou bastante, foi a banda ter trazido consigo, os outros elementos com que tocaram para a
Sessions acústica. Fiquei bastante contente por ver percussão, electrónica e outros em palco, e as máscaras resultam extremamente bem, dando um outro ambiente a que os Korn nos acostumaram.
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Dia 26-
Primitive ReasonOs PR demonstraram o porquê de o SBSR ter apostado em grande nos artistas portugueses, não fosse o bom arranque que estes senhores deram ao ínicio de mais um dia de concertos. Embora não conhecesse grande parte do material deles, foi uma bela mistura de distorções, ritmos, e estilos. Ora agora podia haver uma mosh desenfriada ao nosso lado, ora podia estar toda a gente a dançar ao ritmo "funk" proveniente do PR. Deveras interessante, cumprindo a expectativa de um bom começo.
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Alice In ChainsProvavelmente, o concerto mais emocionante de todo o Acto. Embora tenha sido outra pessoa a cantar por vez de Layne, não deixou que os AIC mostrassem o porquê da vontade que tanto tinham em se mostrarem com força de demonstrarem o porquê de terem sido considerados um dos grupos mais importantes na história do grunge. Os fãs fizeram questão de lembrar o falecido Layne com camisolas e cartazes com o seu nome. Jerry e companhia, deram um óptimo e emocionante concerto para delírio dos fãs, que entoavam em coro e sintonia incrível velhos clássicos como "Down In A Hole", "Angry Chair" e "Rooster". No fim, um momento que fica para a história: AIC pegam numa faixa atirada pelos fãs que a fizeram, e esticam-na, exibindo-a ao longo do palco, visivelmente orgulhosos, onde se podia ler:
"Alice In Chains: Born Again"
E com toda a razão.
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DeftonesUm dos grupos mais esperados. Tanta foi a euforia dos fãs, que ao fim de oito pontapés/cotoveladas/joelhadas/encontrões, inúmeras mosh's e troca de murros (para poder proteger a criatura que se encontrava á minha frente, que aproveito para anunciar aqui: enrrabei-a duas vezes, cada uma com uma duração aproximada de uma hora), tive que sair da 2ª fila (!!) depois de tanto tempo a guardar esse lugar para o que viria a seguir. Assim, assisti boa parte desse concerto, olhando para o ecrã gigante que se encontrava á minha frente, ansiando que o concerto acabasse para que pudesse resgatar a minha mochila e recuperar o "meu" lugar.
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PlaceboConseguiram o objectivo de não serem vaiados e corridos devido ao facto de se encontrarem encurralados pelos Deftones e Tool. Muito pelo contrário, agradaram o público, e mais uma vez, um número considerável de pitas, que por meu azar, encontravam-se á minha volta. E passo a citar uma delas: "Ah, não vejo o vocalista. Será que hoje é o baterista que está a cantar?"
Todavia, gostei do concerto dos Placebo. Estiveram presentes os conhecidos "Special K", "Bitter End" e outros.
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ToolVénias: é o que estes gigantes do rock alternativo merecem. Lá consegui um lugar na 4ª fila, a muito custo. E o facto de aguentar uma hora e meia com as costas moídas, pulso queimado, pernas dormentes e quase meia hora de atraso, valeram a pena. Não há palavras para descrever o climax que se sente em finalmente estar presente num concerto destes senhores.
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Stinkfist", foi a primeira música: as vozes de milhares de fãs que se fizeram sentir no ínicio e que só se calaram (e daí talvez não) no fim do concerto.
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The Pot", que (curiosamente) foi a canção mais aclamada, a deixar espreitar o material do novo álbum para aqueles que ainda não têm o álbum "10,000 Days" (que provavelmente, seria um número mínimo).
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Forty-Six & 2", "acalmando" o povo, ainda assim não evitando um ou outro "crowd-surfing" completamente desnecessário, visto que um concerto desse, dispensa tal acção.
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Jambi", as "palm mutes" iniciais da guitarra de Adam que dão a conhecer um dos inícios mais agressivos deste álbum. Bolas, que grande prestação.
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Schism", o tempo pára. Parece que o mundo congelou, e os acordes iniciais dão a entender que vem aí uma chuva de emoções. E assim foi.
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Right In Two", mais uma vez, provando e a deixar provar aos fãs mais uma bela e deliciosa fatia de frescura que o novo álbum possui, não desiludindo ninguém. Começa a ser assustador a beleza da forma que o concerto demonstrava.
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Sober", relembrando os tempos do álbum "Undertow". E que tema mais apropriado: "Why can't we sleep forever?", visto que este momento parecia um sonho.
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Lateralus", uma das músicas-chave do álbum de mesmo nome. O começo leve, escorregando pela agressividade saudável que só os Tool sabem criar. A melodia, a euforia que sufoca qualquer um. Inesquecível.
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Vicarious", o único single até agora de "10,000" Days, que se ouviu durante a tarde, nos anúncios do festival, que faziam crescer água na boca enquanto as horas passavam. Mas desta vez, "papámos tudo", absorvemos aquela música que nos faz sentir como almas que voam livremente, tomando a consciência de que o homem se tornou numa criatura sedenta de sangue e tragédia, mesmo não o querendo admitir. Enquanto ninguém se magoar, não tem piada, infelizmente. Ainda assim, é a maneira perfeita de o confessar: numa grande melodia.
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Aenima", provavelmente, o momento mais "triste" de todo o concerto: a última música. No entanto, Maynard aliviou-nos, deixando estas palavras: "Vemo-nos no Outono." E assim espero. Eu, e outros milhares.
Apesar de MJK ser "tímido", as luzes, os vídeos de Adam, o som, o ambiente, os fãs... Não há palavras. Só quem lá esteve, sabe o que se sentiu.
Não posso deixar também de referir todas as pessoas que estiveram neste sonho, tornado realidade:
Tixa, Pipas, Luís, Joana, Joana "Este gajo não me larga" Raquel, Amigos do Luís, João, Amigos da Pipas e Tixa, Guilherme, Scrolly e amiga (lamento, e tenho vergonha mas... Esqueci-me do nome), Wilmer, _disposition (apesar de não ter estado com ele, foi bom saber que um fã esteve lá, e fã de Tool que conhece outro fã de Tool, é automáticamente camarada), Nando e Pedro, João. Espero não me ter esquecido de ninguém. Caso contrário, desculpem, é do sono.
Notas:
Consegui apanhar uma palheta de Jerry dos
Alice In Chains, e uma set-list de
Within Temptation... Não imaginam a desilusão que foi quando me apercebi que era dos
Within Temptation, pois apanhei-a no fim do concerto dos
Korn, pensando que era deles.
Comprei uns pins de
Tool (Luís, ainda não me agradeceste por te ter aberto os olhos),
A Perfect Circle (ok, também não te agradeci pelo facto de mo teres comprado quando foste lá),
Deftones e
NIN.
Caso saibam onde comprar uma camisola do festival, digam. As de lá esgotaram.
Um grande festival que foi. Obrigado a tudo e todos (incluíndo aos tios do Luís por me terem oferecido merenda, cama e transporte).